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Na saúde, educação, segurança, intermediação financeira e outros
               serviços essenciais de consumo coletivo, a privatização é uma des-
               graça. Vira indústria da doença, indústria do diploma, indústria da
               dívida. Sem falar das milícias.
                  O que temos pela frente, além do Corona vírus, é pensar uma
               sociedade mais solidária e resiliente, em cada país e em cada cidade.
                  Uma outra dimensão capaz de ultrapassar a pandemia e apon-
               tar novos rumos é o desafio da governança planetária. No caso do
               aquecimento global, por exemplo, estamos assistindo a uma catás-
               trofe em câmara lenta, enfileirando reuniões internacionais em que
               se constata que... “temos de tomar providências”. Quais providên-
               cias? As providências cabíveis. Quando? No momento oportuno.
               Por quem? Pelas autoridades competentes. E assim por diante, o
               velho discurso que conhecemos. Os governos até assinam compro-
               missos com boa vontade, mas voltando para casa, eles se preocu-
               pam mais com a sobrevivência do seu mandato do que com a so-
               brevivência da humanidade.
                  As corporações sempre conheceram perfeitamente, muito antes
               de nós, o tamanho dos desastres que contribuem para gerar. As em-
               presas de cigarro conheciam, por pesquisas internas, a expansão do
               câncer e os milhões de mortes que ocasionavam – e que continuam
               a ocasionar - enquanto o negavam publicamente. A Volkswagen
               conhecia perfeitamente o volume de emissões de partículas que
               seus carros produziam, e sabia que estava contribuindo com cerca
               de 6 milhões de mortes que esta poluição ocasionava anualmente
               no mundo. A British Petroleum conhecia a tecnologia de explora-
               ção de petróleo em águas profundas, mas dinheiro para os acionis-
               tas era mais importante.
                  A Vale sabe como se constrói uma simples barragem segura –
               somos um país que tem capacidade de construir uma Itaipu, mas
               aqui também os interesses financeiros dominaram. As empresas
               de petróleo e do carvão sabem há décadas que estão levando a
               economia mundial para o desastre. A lista aqui pode ser imensa, o



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