Page 53 - Quarentena_1ed_2020
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Só que para garantir o isolamento da maioria da população é
preciso garantir sua sobrevivência, e isso só pode ser feito com po-
derosos pacotes fiscais para financiar a renda das pessoas e das em-
presas, salvando nossa economia.
A rapidez de todas essas medidas é vital.
Mesmo o ministério da Saúde tem gerido terrivelmente a crise
até o momento. Ainda sob o comando do Ex-ministro da Saúde
Henrique Mandetta, passou dois meses sem efetuar qualquer con-
trole de entrada no país de cidadãos vindos da Itália e Espanha,
assim como impediu o início do isolamento em Brasília quando
surgiram os primeiros casos de transmissão comunitária na cidade.
Com dois meses de dianteira para preparar o país para a falta de
UTIs e respiradores, nada fez. Ainda hoje, o Brasil é o último colo-
cado no mundo em testes por população, que é o que nos poderia
dar não só a exata dimensão da extensão da doença como o cami-
nho para uma flexibilização futura segura do confinamento.
Não podemos deixar de reconhecer, no entanto, que a maior
responsabilidade por essa irresponsabilidade assassina com o povo
brasileiro foi da personagem inqualificável que se encontra agora
no mais alto cargo executivo brasileiro, um genocida que aposta
no caos econômico e social por inconfessáveis interesses políticos.
O resultado dessa crise que tem alta possiblidade de previsibili-
dade seguindo os ditames da ciência e o valor da vida em primeiro
lugar, se torna, na ausência disso, imprevisível.
As lideranças políticas brasileiras, que hoje se articulam ao redor
do Congresso Nacional e dos governadores, assumiram a frente da
resolução desses graves problemas. É a política, principalmente,
que deverá proteger o país na crise, e implementar as profundas
transformações que o Brasil precisará para sair dela.
Nesse momento, não resta opção, o Estado brasileiro terá que
aumentar seu endividamento, e é isso o que estão fazendo todas as
economias desenvolvidas do mundo.
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