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difícil canalizar ajuda financeira para trabalhadores com em-
                           pregos tão inseguros. Enquanto isso, um amplo afrouxamento
                           monetário pelos bancos centrais ajudará os ricos em ativos. Por
                           trás de tudo, os serviços públicos subfinanciados estão se des-
                           gastando com o peso da aplicação de políticas de crise.(....)
                           Reformas radicais - invertendo a direção política predominan-
                           te das últimas quatro décadas - precisarão ser colocadas sobre
                           a mesa. Os governos terão que aceitar um papel mais ativo na
                           economia. Eles devem ver os serviços públicos como investi-
                           mentos, e não como passivos, e procurar maneiras de tornar os
                           mercados de trabalho menos inseguros. A redistribuição estará
                           novamente na agenda; os privilégios dos idosos e ricos em ques-
                           tão. Políticas até recentemente consideradas inviáveis, como
                           renda básica e impostos sobre a riqueza, terão que estar entre
                           as propostas.

               Ao que parece, excluídos o presidente brasileiro e seus minis-
            tros, que praticam as premissas da Escola de Chicago nos dias cor-
            rentes, mesmo antes da pandemia havia razoável consenso quanto
            à inviabilidade do neoliberalismo no atual momento do capitalis-
            mo. A ordem neoliberal foi rompida e outra precisa ser desenhada.
            A pandemia de Covid-19 pode ter oferecido régua e compasso.
               As reflexões sobre o mundo pós-neoliberalismo vêm apontando
            algumas possibilidades. Em artigo publicado no El Desconcierto ,
                                                                         76
            Roberto Pizarro comemora o retorno glorioso de Keynes e indica o
            keynesianismo como único caminho a percorrer:


                           No  curto  prazo,  a  injeção  maciça  de  liquidez  na  economia,
                           com renda para trabalhadores assalariados e informais, além
                           de empréstimos baratos para pequenos empreendedores, é a
                           única receita possível. Você não pode mais acreditar no funcio-
                           namento automático e infalível dos mercados. A perplexidade





            76  Cf. Vuelve Keynes; el coronavirus derrotó al neoliberalismo. Disponível em https://
                www.eldesconcierto.cl/2020/04/09/vuelve-keynes-el-coronavirus-derroto-al-
                neoliberalismo/.



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