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Por essa brecha os keynesianos vislumbram o retorno de um ca-
               pitalismo humanista que, como vimos, nunca passará de um sonho
               e acabará por se tornar uma nova adequação do humano ao capital.
                  Por essa brecha que a crise abriu em nossa percepção, podemos
               vislumbrar mais: um mundo sem o capital e suas leis, em que a
               humanidade use todas as potencialidades que ela desenvolveu até
               agora, não para a reprodução do capital, mas para seu próprio be-
               nefício. E, ao contrário do que muito pensam, trata-se de um utopia
               realizável. E necessária, dado o estágio atual do capitalismo, que
               desde a década de 1970 parece rumar para seu colapso final.

















































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