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emergencial minimamente digno para sobreviver, sem um sistema
               de saúde sólido e sem um sistema previdenciário público (destro-
               çado pelo governo Bolsonaro) como será possível superar esta fase
               hedionda na qual a pandemia do coronavirus e a toxidade do capi-
               tal se intensificam?
                  Assim, é importante destacar que essa tragédia social não é
               causada pelo coronavírus, ainda que seja amplificada exponencial-
               mente pela pandemia. Isto porque a tragédia social antecede a atual
               situação pandêmica. Se comparamos, por exemplo, com alguns
               países escandinavos, onde os índices de trabalho informal e preca-
               rizados são menores, a classe trabalhadora pode se resguardar em
               casa e continuar percebendo seus salários, além de serviço público
               de saúde com qualidade. Nos países da periferia, como o Brasil,
               os trabalhos informais e precários são jogados nas ruas, sendo que
               as mulheres-trabalhadoras, os negros e os imigrantes são mais
               duramente atingidos. Nos países da América Hispânica, como a
               Equador, Bolívia, Colômbia, Peru etc, por exemplo, o alvo preferen-
               cial são os/as trabalhadores indígenas.
                  Estamos, portanto, a beira de um colapso social profundo, seno
               o capitalismo, em sua variante ultraneoliberal, ainda mais corro-
               sivo. E as empresas e suas burguesias vão tentar impor, uma vez
               mais, o que sempre fizeram: para recuperar seus níveis de lucro e
               acumulação, vão transferir todo o ônus da crise para a classe traba-
               lhadora. Por conta disso, os desafios que teremos pela frente serão
               de grande monta, se quisermos combater e confrontar toda a toxi-
               dade e letalidade do sistema de metabolismo antissocial do capital.




                                             III


                  Há, desde logo, um ponto que considero muito importante, que
               está presente nas ações que a classe trabalhadora está fazendo para
               sobreviver nas periferias, nos bairros operários e nas comunidades



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