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200,00), para as parcelas mais empobrecidas da classe trabalhadora
é acintosa, uma vez que é absolutamente insuficiente para manter
um mínimo de dignidade. A letalidade da pandemia do capital se
estampa em sua aguda tragicidade em relação ao trabalho: se forem
laborar, contaminam-se; se ficarem em isolamento, não terão recur-
sos mínimos para sobreviver.
A constatação se evidencia: estamos vivendo um capitalismo
acentuadamente destrutivo que é responsável por uma corrosão
ilimitada dos direitos sociais do trabalho e que nos oferece como
resultante uma massa imensa de indivíduos sem trabalho, sem sa-
lário, sem previdência e sem sistema de saúde pública abrangente.
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E esse movimento para “salvar a economia”, amplia ainda mais
sua letalidade sobre a classe trabalhadora; como se pode observar
a cada nova medida deste governo-de-tipo-lumpen, a pretexto de
recuperar a economia, estas medidas querem impor a milhares de
trabalhadores e trabalhadoras a obrigatoriedade de voltar ao traba-
lho, para “garantir o emprego”.
Em condição social ainda mais desesperadora encontram-se os
desempregados. Este contingente totalizava, antes da pandemia, no
início de 2020, 12 milhões de pessoas, segundo os índices oficiais;
se acrescentarmos o “desemprego por desalento”, este número de
avoluma ainda mais. Com o “mercado” paralisado, com as bolsas
de valores em expressiva desvalorização e despencando em níveis
espetaculares, neste cenário onde há ausência completa de pro-
teção social, não é difícil perceber que a hecatombe será ainda
mais intensa para a classe trabalhadora. Sem perceber um salário
97 Aqui vale uma nota adicional: o Brasil tem o Sistema Único de Saúde (SUS), que
é uma experiência pública muito importante, mas que vem sendo destroçado
pelas políticas neoliberal, financista e privatista. A PEC do Fim do Mundo, apro-
vada durante o governo terceirizado de Michel Temer, ao proibir o aumento de
recursos para a saúde, educação e a previdência, antecipou um cenário no qual
aqueles que tentarem chegar aos hospitais, não encontrarão atendimento mes-
mo se contaminados gravemente pelo coronavírus.
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