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populares, nas comunidades indígenas: trata-se do desafio da au-
            to-organização. Isto porque, deste governo, não é possível esperar
            nada. É uma variante de desgoverno que combina desqualificação,
            desequilíbrio, ideário fascista e capitalismo excludente e brutal;
            que é completamente dependente dos interesses das mais distintas
            frações burguesas (especialmente as mais predadoras), do império
            norte-americano e que, em sua política destrutiva, desde o começo
            que não faz outra coisa senão destroçar a res pública (tudo que é pú-
            blico e que funciona nesse pais foi destruído e agora estamos vendo
            as consequências profundas disso especialmente na saúde pública).
            O ultimo exemplo de monta foi a destruição completa da previdên-
            cia publica, que terá também que ser em algum momento revogada.
               Assim, a auto-organização popular talvez seja o principal ele-
            mento desse período tão trágico e tão destrutivo. Sabemos que há
            uma fragilização dos sindicatos, além da acomodação dos seus se-
            tores mais cupulistas e conciliadores. Mas sabemos também que
            há um real desafio para o sindicalismo de classe e de base, que será
            o de representar o conjunto amplo, compósito e heterogêneo que
            compõe a classe trabalhadora em sua nova morfologia.
               Claro também que o estado (em todas as suas instâncias, fede-
            ral, estadual e municipal) tem que ser fortemente confrontado e
            intensamente pressionado para tomar medidas que minimizem as
            tragédias sociais no interior da classe trabalhadora.
               Mas há outro ponto que entendo como sendo crucial: as es-
            querdas majoritárias não podem mais continuar seguindo sua rota
            tradicional; o desafio da esquerda social será o de atuar junto à
            vida cotidiana dos/as trabalhadores/as e avançar no desenho e na
            proposta de apresentar um novo projeto humano e social, um novo
            modo de vida, para além dos constrangimentos impostos pelo sis-
            tema de metabolismo antissocial do capital.
               O cenário social e político é o pior dos mundos: a extrema-di-
            reita, em várias partes, está assumindo sua posição ultra-agressiva,
            “antissistêmica”, que atribui a si a capacidade de “mudar o mundo”,



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