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se materializam em ações nas redes sociais e também de facções
nas ruas, tentando gerar um clima de intimidação. Por vezes, essas
manifestações acabam até em violência física contra vozes disso-
nantes, como vimos nos protestos do último dia 19 de abril, em que
apoiadores do presidente da República foram às ruas pedir inter-
venção militar e fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal
Federal (STF). Uma situação estapafúrdia, em que o protesto, que
se apoia no direito à livre manifestação, pede justamente o fim
deste mesmo direito.
Bolsonaro insiste em dizer que os governadores estão preocupa-
dos apenas “com a vida”, como se isso fosse um “apenas”. Qualquer
pessoa deve primar pelo bem mais sagrado, a vida, porque ela é a
óbvia premissa para o exercício de todos os demais direitos. Ele
tenta criar uma antinomia entre a posição dos governadores e a
suposta posição dele, “preocupado” com empresas e empregos. É
claro que todos os governadores querem a normalização das ativi-
dades econômicas. Mas não a qualquer preço.
A luta é no terreno da prevenção, porque a realidade é muito difí-
cil. Nas regiões historicamente mais empobrecidas, em face das desi-
gualdades sociais e regionais, como é o caso do Maranhão, o desafio é
ainda maior. Há permanentes assimetrias entre o desafio e os meios.
E este é um desafio gigantesco, que demanda a mobilização do que
há em talento, disponibilidade financeira e recursos humanos.
Não se pode perder de vista que a política econômica já vinha
numa direção errada desde antes do Coronavírus: recessão, descon-
trole cambial, dificuldade de retomada do crescimento, desempre-
go e descaso com políticas públicas. Mas temos que cuidar de uma
patologia de cada vez. Agora, nosso foco é derrotar o Coronavírus.
No momento seguinte, temos que tratar de uma saída institucio-
nal, porque é rigorosamente impossível que um país seja governado
com o método que Bolsonaro pratica, com suas atitudes e com o
conteúdo de suas políticas. Bolsonaro se alimenta de falas polêmi-
cas. Precisa de confusão, violência, ódios, polarizações, porque não
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