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abertura financeira inflou os passivos externos e a dívida pública
               e facilitou as aquisições de empresas locais em todos os setores. O
               resultado foi a fragilização do balanço de pagamentos, a crescente
               imobilização da política fiscal e a subordinação da política monetá-
               ria à alternância de otimismo e pessimismo nos mercados globais.
                  Alguns países tentaram escapar da coerção cambial, como o
               Brasil, adotando o câmbio flutuante. A âncora nominal, neste caso,
               fica por conta do regime de metas de inflação. A experiência recen-
               te demonstra, no entanto, que a dependência excessiva do financia-
               mento externo engendra miniciclos de euforia, seguidos de forte
               instabilidade cambial.
                  O Banco Central não recuperou a liberdade de guiar a taxa de
               juros de modo a permitir que a economia nacional possa evoluir
               num ambiente favorável à expansão do crédito, ao investimento, ao
               endividamento das famílias e das empresas.
                  Nos dias de hoje, a abertura das contas de capital e a descompres-
               são financeira inverteram as determinações do balanço de pagamen-
               tos. São os movimentos especulativos e de arbitragem das massas de
               capital monetário que, afetando a taxa de câmbio nominal, deter-
               minam os resultados em conta corrente. No imediato pós-Guerra,
               período da repressão financeira, a conta de capital era um resíduo
               que “fechava” os déficits na conta de mercadorias e serviços.
                  No admirável mundo novo, de ajustamentos rápidos e alta vo-
               latilidade de preços dos ativos, países dotados de moedas frágeis,
               com desprezível participação nas transações internacionais, encon-
               tram-se diante do risco de uma procissão de desgraças: valorização
               indesejada da moeda local, operações de esterilização dos efeitos
               monetários da expansão das reservas (explosão da dívida pública),
               déficits insustentáveis em conta corrente e finalmente crises cam-
               biais e financeiras.
                  Em um sistema internacional “regulado”, como o desenhado em
               1944, em Bretton Woods, as regras do jogo eram as seguintes: taxas
               fixas, mas ajustáveis, de câmbio, limitada mobilidade de capitais



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