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extremos de preços dos ativos, sempre impulsionados pela excessi-
            va elasticidade do sistema de crédito.
               A marca registrada da finança contemporânea é a gestão públi-
            co/privada da moeda e do crédito. Já escrevi em outra ocasião que
            a crise financeira global desvendou o caráter político-jurídico da
            moeda e a natureza “coletivista” e hierárquica do sistema de crédi-
            to, cuja função inescapavelmente pública é, em tempos “normais”,
            delegada à administração das instituições privadas. As massas de
            capital líquido das empresas e a poupança das famílias estão cada
            vez mais concentradas sob o comando de grandes investidores ins-
            titucionais. São fundos de pensão, fundos mútuos e fundos de hedge
            que - operando em várias praças financeiras - usam intensamente
            a técnica de “alavancar” posições em ativos. Simultaneamente, a
            desregulamentação financeira rompeu os diques impostos - depois
            da crise dos anos 30 - à ação dos bancos comerciais que voltaram
            a operar como supermercados financeiros e passaram a se valer da
            “securitização” de créditos, o que facilitou o seu envolvimento com
            o financiamento de posições nos mercados de capitais e em opera-
            ções “fora do balanço” com derivativos.
               Esta nova configuração institucional acirrou a concorrência
            entre as instituições financeiras na atração da clientela e na
            aceleração das inovações financeiras. Os gestores de portfólios –
            bancos fundos mútuos e de pensão - no afã de carrear mais recursos
            sob o seu controle e na ânsia de bater os concorrentes, procuram
            exibir as melhores performances. Os administradores mais ousa-
            dos abrem espaço para produtos e ativos de maior risco, em suas
            carteiras alavancadas.
               A estabilidade da economia monetária depende, portanto, das
            complexas relações entre os fundos coletivos administrados pelos
            comitês privados de avaliação do crédito e a capacidade do Estado
            de orientar o comportamento e as expectativas dos agentes pri-
            vados empenhados na liça da acumulação de riqueza monetária.
            Esses trabalhos do Estado são executados pela política monetária



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