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O Estado é o senhor da moeda, e os bancos, sob a supervisão e
            o controle do Banco Central são incumbidos da criação monetária
            mediante operações de crédito, o que permite a antecipação de ex-
            pectativas futuras de produção e emprego, em virtude da tomada
            de risco pelos devedores, amparada na capacidade de alavancagem
            da atividade bancária.
               Assim é, porque em sua dimensão monetária, o capitalismo
            revela o indissociável contubérnio entre o Universal e o Particular,
            entre o Estado e o Mercado, entre a Comunidade e o indivíduo. O
            dinheiro não pode ser criado e entrar em circulação sem a benção
            do Estado e a unção das relações de propriedade, as relações débito-
            -crédito. A criação monetária executada pelos bancos sob a super-
            visão do Estado reforça as relações de propriedade: o banco credor
            empresta exercendo a função de agente privado do valor universal.
            O devedor exercita seus direitos usufruindo o valor universal como
            proprietário privado.
               Se não pagar a dívida, o agente privado do valor universal pode
            expropriar o devedor de sua propriedade. Na pandemia econômica,
            os nexos monetários foram rompidos e os proprietários privados,
            aí incluídos os proprietários da força de trabalho, foram expropria-
            dos, afastados de suas atividades. A propriedade jurídica sucumbe
            ao colapso econômico e a restauração das relações proprietárias
            só pode ser garantida pela ação discricionária do Estado - Banco
            Central e Tesouro Nacional. Os mi-mi-mis liberalóides dos Paulo
            Guedes & Companhia, sempre preocupados com o que virá depois,
            podem destruir o futuro com suas vacilações no presente.
               A pandemia de Coronavírus avança entre desesperos, indigna-
            ções e serenidades. Os humanos tampouco conseguem escapar de
            repentes de humor que brotam incansáveis nas redes sociais.
               O jornalista Mario Vitor Santos postou em um grupo de amigos
            a manifestação de um certo Pedro Vallin. Traduzo do espanhol:
            “Acreditávamos que o medo da morte convertia os ateus em cren-
            tes, mas, na verdade, converteu os neoliberais em keynesianos”



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