Page 116 - Ação integrada de formação de professores
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que emergem com o atual cotidiano pedagógico, aproximar os saberes tácitos, ontológicos,
daqueles saberes explícitos, epistemológicos, potencializando mais e melhores aprendizagens
na Educação Básica.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas atividades propostas ao longo deste curso de formação continuada, gestores
e professores puderam (re)visitar e interagir com os modos como se percebem e aprendem
para potencializar suas práticas educativas. Nesse processo, puderam conversar sobre as
possibilidades das tecnologias como estratégias e meios que contribuem para o viver escolar
cotidiano. Apesar de sabermos que as tecnologias não garantem a constituição de inovações
em fazeres pedagógicos, tampouco, garantem a tessitura de redes, compreendemos que, na
relação com os sujeitos escolares, elas podem contribuir na produção de outras formas de
organizar ações de educadores e estudantes nas escolas, incluindo aqui toda a equipe de gestão
pedagógica que configura o contexto escolar.
A estreita articulação entre ensino/tecnologia/aprendizagem, que foi possível inventar
na coletividade, é uma das principais contribuições desta experiência de formação continuada
para profissionais da educação. Do ponto de vista teórico-prático, possibilitou discussões que
levaram à potencialização da cognição/subjetividade dos docentes e gestores nos encontros
com colegas, no acesso a diversos suportes teóricos e a objetos de aprendizagem no âmbito da
rede educacional do estado do Rio Grande do Sul.
Como procuramos destacar nas reflexões apresentadas neste capítulo, estamos
convencidos, a partir das narrativas dos cursistas, de que está evidente um processo desafiador
e potente de formação, na medida em que foram se criando espaços e momentos muito
intensos de estudo e de aprendizagem acerca da docência na Educação Básica. Os encontros
consigo mesmos, com as práticas, teorias e documentos legais, mediados por nossa equipe de
formadores, possibilitaram lançar outros olhares sobre como é e como pode ser a gestão do
processo pedagógico em articulação direta com a equipe de professores e gestores escolares,
tornando a educação uma ação social plena de sentidos para todos os estudantes e para a
comunidade escolar. Da nossa parte, somos gratos por todas as conversas, inclusive aquelas
que tiveram como lugar os corredores, por todos os diálogos, por todas as concordâncias e,
sobretudo, pelas boas e importantes discordâncias. Todas essas contribuições nos ajudaram a
problematizar o que pensamos, como compreendemos o que temos, como vemos a gestão dos
processos educacionais para podermos, irmanados pela curiosidade, sonhar e vislumbrar o que
queremos e como queremos realizar nossas ações, para que a comunidade na qual atuamos,
assim como a sociedade de um modo geral, alcance a educação desejada.
REFERÊNCIAS
CONNELY, F. M.; CLANDININ, D. J. Relatos de experiência e investigación narrativa. In:
LARROSA, Jorge. et al. Déjame que te cuente. Barcelona: Laertes, 1995.
DELEUZE, Giles. Diferença e repetição. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio
de Janeiro: Graal, 1988.
DEMO, Pedro. Complexidade e Aprendizagem - a dinâmica não linear do conhecimento. São
Paulo; Atlas, 2002.
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 115
FORMAÇÃO DE PROFESSORES