Page 120 - Ação integrada de formação de professores
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INTRODUÇÃO

                 Este artigo é fruto do trabalho realizado pela Universidade Feevale, com os professores
           da rede estadual e municipal, a partir de uma proposta de formação  continuada docente,
           promovida pela Secretaria Estadual de Educação – SEDUC e pelo Consórcio das Universidades
           Gaúchas – COMUNG, em parceria com as Universidades Comunitárias.

                 A formação continuada de professores, além de ser um debate clássico, sempre é um
           campo complexo, haja vista que é preciso repensar constantemente a prática, uma vez que não
           se pode mais contar com verdades absolutas. Portanto, refletir, ressignificar e reconstruir a
           prática pedagógica é necessário, para cada grupo e realidade em que o professor se insere.
                 Nesse sentido, as discussões aqui tecidas tem o propósito de alargar o entendimento
           sobre o tema, que já é recorrente no âmbito educacional,  mas  que necessita  de  constantes
           reflexões, a fim de qualificar a prática pedagógica docente.


           MARCO TEÓRICO


                 A avaliação é um tema amplo e de inúmeros debates no âmbito educativo. De modo
           geral, é pensada para ser aplicada aos alunos e não à prática educativa como um todo, o que
           revela a concepção de avaliação adotada. A avaliação nem sempre foi ou é compreendida
           como processo de reflexão e qualificação do trabalho pedagógico. Pensar a avaliação nessa
           perspectiva requer mudança de concepção sobre o mundo, a sociedade, o ser humano, a
           educação. Para isso, é preciso desconstruir conceitos e concepções e reconstruí-los, uma vez
           que “vivemos em tempo de mudanças, de ressignificações, de contestações acerca de modelos
           e posturas de todas as ordens” (HOFFMANN, 2008, p. 29).
                 Na medida em que a concepção  de avaliação é ressignificada, compreendendo  sua
           função e intencionalidade, é possível pensar que as ações pedagógicas levem em consideração
           as  necessidades  dos  alunos.  Assim,  a  avaliação  pode  ser  vista  como  processo  contínuo  de
           reflexão sobre o contexto escolar. Segundo Luckesi, a avaliação é vista

                                 como instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o
                                 aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que ele possa avançar
                                 no seu processo de aprendizagem. Deste modo, a avaliação seria [...] um instrumento de
                                 diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados
                                 para sua aprendizagem (LUCKESI, 1990, p. 52).

                 No caso da avaliação externa, podemos pensar na perspectiva de que seus resultados
           sirvam de análises reflexivas que venham a contribuir com efetivas mudanças no contexto
           educativo, exigindo “um duplo compromisso  de gestores e formadores:  o de mobilizar os
           docentes à discussão de suas práticas e concepções, bem como, o de mediar a construção de
           novos saberes” (HOFFMANN, 2008, p.32). Nesse sentido, podemos pensar que a avaliação
           proporciona a retroalimentação da prática escolar de modo geral, bem como, da prática docente.
           Nessa perspectiva, a formação continuada, a partir de debates e reflexões, pode contribuir para
           o redimensionamento e a qualificação da ação pedagógica.











           AÇÃO INTEGRADA DE                                                      SUMÁRIO                 119
           FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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