Page 122 - Ação integrada de formação de professores
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Nesse contexto, percebemos que a maioria dos professores  de diferentes municípios
           participantes do Curso de Formação Continuada da Rede Pública reconhecem os indicadores
           produzidos por tais institutos, embora os considerem elementos produzidos tecnicamente, por
           instâncias governamentais, que nem sempre refletem a realidade escolar.

                 Nas atividades desenvolvidas  presencialmente nos Encontros de Formação e
           virtualmente nos debates, fóruns e rodas de conversa, os professores se propuseram a discutir
           os indicadores educacionais, numa perspectiva de diálogo e de interpretação de dados, a partir
           de análise conceitual e metodológica de tais índices.
                 Um exemplo interessante sobre o que pensam os professores a respeito da concepção de
           avaliação e índices pode ser observado na contribuição da Professora A, ao expressar que

                                 diferentes são as concepções das ferramentas de avaliação da aprendizagem na
                                 Educação.  Essas questões sempre motivaram vários debates no interior das escolas,
                                 entre os profissionais. Vale dizer que os indicadores são importantes ferramentas que
                                 retratam a aprendizagem de nossos alunos, além de servir de orientação para que os
                                 docentes possam refletir sobre sua prática pedagógica, reavaliando-a, de acordo com as
                                 dificuldades encontradas pelos alunos nos instrumentos de avaliação e, assim, pensar em
                                 novas estratégias que possam sanar a “não aprendizagem” dos alunos. (PROFESSORA
                                 CURSISTA A, DE CAMPO BOM).

                 A Professora participante B, de Minas do Leão, ao discutir as avaliações externas, destaca
           que elas


                                 [...] são importantes, no entanto são muito objetivas, aplicadas de forma mecânica.
                                 Apresentam os índices, que realmente são muito baixos, mas não indicam soluções para
                                 as reprovações. [...]. A tarefa do professor no dia a dia na escola não é nada fácil diante
                                 de tantos conflitos que há na sociedade.

                 Ainda, a mesma  professora  traz uma reflexão e uma preocupação em relação à
           aprendizagem do aluno e à forma como o sistema propõe suas avaliações externas, que nem
           sempre contemplam a realidade e as especificidades de cada região, pois é um instrumento
           padrão para todos os estados e alunos.

                 Nessa direção, Sacristán (1998, p. 320) comenta que o resultado das avaliações externas,
           dependendo de como são interpretados e trabalhados, podem comprometer o debate crítico
           sobre a situação educacional e seus procedimentos, “[...] além de submeter os professores a uma
           pressão externa, subtraindo-lhes a autonomia profissional e impedindo-os, contraditoriamente,
           de desenvolver um trabalho mais profícuo com seus alunos”.
                 Nessa perspectiva, para um dos professores  do curso de formação  do município de
           Sapiranga, doravante Professora Cursista  C, “as avaliações externas e os dados do IDEB
           servem como uma referência do que deve ser melhorado no conjunto da educação”. A referida
           Professora entende, ainda, que qualquer melhoria “substancial nestes níveis e resultados passa
           diretamente, em primeiro lugar, por um maior investimento público na área de educação”.
                 Ainda, na perspectiva que essa análise assume, podemos pensar que a leitura feita por
           alguns professores acerca da avaliação externa é no sentido de que ela “[...] realça a deficiência
           do nosso  sistema público de ensino que está na média” (PROFESSORA CURSISTA  D, DE
           SAPIRANGA), em se tratando do resultado do IDEB.

                 Em contrapartida, há instituições de ensino nas quais a equipe diretiva/pedagógica
           prima por acompanhar através de observações e análises as avaliações internas e externas a



           AÇÃO INTEGRADA DE                                                      SUMÁRIO                 121
           FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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