Page 127 - Ação integrada de formação de professores
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Ao encontro dessa ideia, a Professora Cursista S, de Campo Bom, comenta que “a
avaliação tem papel fundamental na Educação, não apenas no que diz respeito à nota, mas
também para que ocorra uma reflexão acerca do fazer pedagógico do professor. Rever, repensar
e reconstruir nossa prática se dá muito através do resultado apresentado por nosso aluno”.
Nessa mesma direção, a Professora T, de Cerro Grande do Sul, destaca o seguinte: “Considero
a avaliação um meio de reconhecimento dos meus resultados como professora, como o meu
aluno recebeu e assimilou o conteúdo trabalhado, e assim ter uma base para o seguimento das
aulas”.
Dessa forma, é possível dizer que a autoavaliação docente, assim como a avaliação do
discente, não é um produto que pode ser desvinculado do dia a dia do processo de ensino
e aprendizagem. Autoavaliar-se é um ato que caracteriza o agir profissional focado na
qualificação da docência. Observamos, entretanto, que o tema da autoavaliação ainda precisa
ser mais discutido e desenvolvido, enquanto uma estratégia intencional e sistematizada que
compõe a rotina da escola e que influencia diretamente a tomada de decisões pedagógicas.
Conforme Cassetari (2014, p. 184), “[...] fazer com que os professores tomem consciência
das suas práticas por meio da reflexão e da interpretação de dados e, com isso, possam
identificar o que precisam fazer para melhorar seu desempenho” é fundamental. Destacamos
que a autoavaliação pode funcionar como estratégia de autorregulação da prática docente,
desenvolvendo-se profissionalmente a partir de um olhar sistemático e analítico que orienta a
tomada de decisões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo foram analisadas diferentes concepções de avaliação - saberes docentes,
fundamentos teóricos e perspectivas -, a partir de excertos extraídos da participação e da
interação no ambiente virtual entre os professores participantes da Formação Continuada.
Os comentários evidenciam que a avaliação ainda se configura como um desafio a ser
superado por grande parte dos professores, no que tange à interpretação dos dados expressos
nos resultados das avaliações externas, na reconfiguração da avaliação interna, na escolha
de instrumentos avaliativos que contemplem a diversidade presente no processo de ensino e
aprendizagem, assim como na autoavaliação enquanto estratégia indispensável e competência
a ser desenvolvida continuamente.
Outro aspecto relevante a ser considerado foi a sugestão, por parte dos docentes, da
retomada da temática da avaliação, com maior ênfase, nos cursos de formação continuada de
professores, considerando tal tema sempre de grande relevância para a prática pedagógica.
Consideramos que a autoavaliação, como outras avaliações, é uma competência a ser
construída de maneira contínua e progressiva, pautada pela análise de questões que envolvem
o trabalho docente, o planejamento de projetos pedagógicos, a organização de espaços e tempos,
a escuta atenta às relações interpessoais, a autonomia, a inovação, a resolução de conflitos, a
relação com as famílias e com a comunidade escolar de modo mais amplo, entre outros.
Ao fim e ao cabo, organizar uma sistemática de autoavaliação é uma forma de sistematizar
aquilo que fazemos, o modo como o fazemos e os processos constituídos. Salientamos que as
discussões e reflexões não se esgotam nesse momento, em que necessariamente precisamos
colocar um ponto final didático. Mas que, a partir deste texto, cada leitor possa fazer suas
imersões e reflexões sobre seu fazer docente/pedagógico.
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 126
FORMAÇÃO DE PROFESSORES