Page 130 - Ação integrada de formação de professores
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Neste conjunto de reformas educacionais, agregam-se sistemas de avaliação da qualidade
e do desempenho escolar, criando-se procedimentos de diagnóstico do panorama educacional.
Institucionalizam-se, assim, mecanismos quantitativos para a “aferição” do desempenho
escolar. As verdades veiculadas por estes índices são verdades técnicas, fruto de uma avaliação
externa que não abrange todas as dimensões do quadro educacional.
Diante desse quadro, concorda-se com Sousa e Arcas (2010), ao pontuarem que “a
permanência das avaliações em larga escala revela a necessidade de pesquisas que permitam
compreender como seus resultados repercutem na escola e no trabalho pedagógico” (p. 187),
ou seja, é necessário que tenhamos ferramentas que possibilitem identificar se, de fato, essas
ações estão correspondendo aos objetivos propostos para a avaliação.
Essas inquietações geraram essa escrita, que se organiza da seguinte forma: uma
introdução, na qual se apresenta o tema; o marco teórico, que discute algumas questões
problematizadoras da temática; a metodologia, que apresenta os caminhos metodológicos do
estudo; a discussão dos achados, que, a partir das evocações dos professores, traz elementos
gerados nessas discussões; e, por fim, tecem-se considerações acerca do tema discutido.
Marco teórico
Nas últimas décadas, verificamos um forte impulso à criação de políticas de avaliação
do desempenho escolar, tanto em âmbito federal, quanto no estadual. Instalou-se uma política
de monitoramento externo da Educação Básica e Superior.
Esse movimento, segundo Alavarse, Bravo e Machado (2013), surge por volta do
final dos anos 1980, com o objetivo de monitorar o desempenho dos estudantes em provas
padronizadas, o que possibilita a comparação entre as redes e as escolas. A organização dessas
avaliações segue uma dinâmica de testagem. Anunciam-se indicadores referenciais, mobiliza-
se um suposto treinamento, efetiva-se a testagem e publicizam-se os resultados.
Esse modelo avaliativo, por vezes, diverge do processo avaliativo efetivado nas escolas.
A essência da avaliação está centrada em toda a ação humana, constituindo-se numa ferramenta
que deve evidenciar a possibilidade de redimensionamento do processo já ocorrido, a fim de
proporcionar um olhar sistemático e prospectivo sobre ações postas.
Esse sistema de avaliação, ao longo do tempo, tem sofrido críticas severas em relação ao
seu objetivo e, principalmente, em relação ao método como ele é aplicado. Concorda-se com
Ortigão (2010), quando afirma que as avaliações de grande porte,
[...] são, pela natureza dos seus propósitos, processos de avaliação bastante diferentes
daqueles utilizados por professores para avaliar a aprendizagem de seus alunos nas
escolas. Essas diferenças se expressam, por um lado, pela utilização de metodologias e
técnicas estatísticas sofisticadas e ainda pouco familiares aos professores de sala de aula
(p. 631).
Os indicadores conceituais destas reformas educativas, eficiência, equidade, qualidade,
conciliação e capacitação de recursos humanos podem ser examinados sob a dimensão de
uma qualidade sócio-histórica, em que se associa a esta análise, o verdadeiro significado de
excelência educativa.
Segundo as informações disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira, no Brasil, a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 129
FORMAÇÃO DE PROFESSORES