Page 134 - Ação integrada de formação de professores
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Acredito que as avaliações externas padronizadas realmente não traduzem o meu cotidiano em
                                 sala de aula, onde permeia a vivência, a realidade de cada aluno, valorizando o conhecimento, as
                                 facilidades e dificuldades de aprendizagem de cada um (PROFESSORA B).

                 Nota-se que esse grupo não compreende que as avaliações externas possam expressar as
           reais condições da aprendizagem discente. Esse discurso se justifica na medida em que muitos
           professores apontam que as provas são padronizadas e que não consideram as peculiaridades
           de cada aluno, além de não terem a visão processual, que caracteriza as avaliações realizadas
           pelos professores em sala de aula.

                 Esse grupo corrobora as ideias de Carvalho (2000), quando diz que “a avaliação não é
           um fim em si mesma. Ela é parte de um processo e deve ser utilizada pelo professor como um
           instrumento para melhorar a aprendizagem e não para quantificar erros e acertos, posto que
           condiciona o modo de o aluno estudar e aprender” (p. 66).
                 Nesse sentido, pontua-se a necessidade  de uma política de formação  que possibilite
           a esses professores um conhecimento de como transformar esses dados quantitativos  num
           elemento revelador dos processos  de aprendizagem dos sujeitos envolvidos, visto que a
           avaliação tende a ter esse papel de (re)direcionador das ações docentes.
                 O último grupo de professores pontua que as avaliações externas retratam o ambiente
           escolar em parte, conforme coloca a professora C:

                                 Acredito que as avaliações  externas possibilitam  traçar um diagnóstico  de seus alunos e
                                 desenvolver estratégias para o enfrentamento dos problemas que estejam afetando o desempenho
                                 dos estudantes. Porém, não deve-se delegar somente ao professor essa responsabilidade, a escola
                                 como um todo deve investigar e traçar metas para auxiliar esse aluno a superar sua limitação ou
                                 dificuldade (PROFESSORA C).

                 Nesse grupo, evidencia-se uma característica importante, que é o trabalho conjunto
           entre escola e professores para que possam compreender como esses resultados podem ser
           traduzidos para o contexto escolar e, desse modo, auxiliar na compreensão dessa realidade.
                 Essa ideia aproxima-se do que Sousa (1997) destaca ao dizer que é fundamental que se
           desvele quais são os princípios norteadores das práticas avaliativas, analisando não somente
           sua dimensão técnica, mas sua dimensão política e ideológica. Nesse sentido, acredita-se que
           essa avaliação pode ser um instrumento rico de discussão ao possibilitar um trabalho conjunto
           entre toda a comunidade escolar a partir de uma reflexão sobre como transformar dados que,
           às vezes, são puramente quantitativos, num recurso que qualifique o fazer docente.

                 No que tange às evocações dos gestores, o primeiro grupo caracteriza-se por acreditar
           que as avaliações externas direcionam o fazer pedagógico, conforme pontua gestora A:


                                 Percebo que os professores estão preocupados com a avaliação e com os indicativos internos e
                                 externos, por isso, buscam estratégias que venham ao encontro das reais necessidades e interesses
                                 dos alunos na tentaiva de diminuir a evasão escolar e aumentar os índices da qualidade da
                                 educação (GESTORA A).


                 Nesse  grupo, a manifestação  dos  gestores  evidencia  a preocupação  com  a avaliação
           externa, não somente com ela, mas também com elementos que permeiam essa avaliação.
           Nota-se que a avaliação faz (re)repensar o ambiente escolar ao apontar dados que vão além
           das questões de aprendizagem. Essa reflexão coletiva é necessária para que as diretrizes das





           AÇÃO INTEGRADA DE                                                      SUMÁRIO                 133
           FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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