Page 124 - Ação integrada de formação de professores
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Nesse sentido, os professores de um dos municípios da formação relataram que a
avaliação praticada por eles é somativa, sendo que, para aprovação, o aluno tem que obter 60
pontos no final do ano letivo. Os alunos são avaliados através de provas e trabalhos. Nesse
viés, a Professora I, do município de São Jerônimo, relata que a avaliação interna se pauta
na perspectiva quantitativa, caracterizada pela “nota/número”. Para Hoffmann (1996), este
tipo de avaliação se embasa numa postura tradicional, por classificar o aluno e determinar
seu período anual em aprovado ou reprovado, sem considerar seu crescimento em relação à
aprendizagem.
Ainda, sobre o aspecto da concepção que fundamenta a avaliação da aprendizagem, os
professores, quando questionados sobre o sentido da estratégia de quantificação por trimestres,
manifestam algumas incertezas, traduzidas na fala da Professora cursista J, do município de
São Jerônimo.
Esta forma de avaliação pode ser questionada por muitos por contemplar mais a questão
quantitativa e não qualitativa. Mas o professor pode utilizar métodos diferentes ao
avaliar o aluno, contemplando até aspectos qualitativos que demonstrem a evolução do
mesmo ao longo de sua trajetória na escola.
Segundo Haydt (2000), esta avaliação somativa, vinculada à noção de medir, tem
como premissa classificar os alunos durante um período, trimestre ou ano letivo, conforme
os resultados apresentados em provas e trabalhos e, ao final, determinar sua aprovação ou
reprovação. Luckesi (1998) lamenta o fato de que a maioria das escolas vê e utiliza a avaliação
como instrumento de classificação, como fim e não como processo de aprendizagem para aferir
a aprendizagem dos alunos e rever metodologias de ensino.
Nessa perspectiva e concepção de avaliação, pautam-se algumas das realidades dos
Professores Cursistas. De acordo com a Cursista K, do município de Campo Bom, muitas
práticas avaliativas não valorizam o processo, no sentido de redirecionar a prática pedagógica
para promover aprendizagens significativas para os alunos. A prática avaliativa deveria ser de
acompanhamento, no qual o professor teria o papel de mediador e estimulador da construção
de novos saberes e do desenvolvimento de competências e habilidades.
2.2 INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Um dos maiores desafios da atividade docente consiste em avaliar o estudante, de forma
que o resultado evidencie e comprove os conhecimentos construídos durante determinado
período do seu processo de ensino e aprendizagem.
Neste tópico, os instrumentos avaliativos foram discutidos a partir das concepções
compartilhadas entre os professores e observou-se unanimidade no entendimento de que
avaliar não se resume apenas ao ato de atribuir nota ao aluno ou “classificá-lo” através de
um número, derivado única e exclusivamente de provas e testes. Ao contrário, a avaliação
contínua e processual, com a aplicação de diferentes instrumentos avaliativos, está presente na
fala da maioria dos professores e gestores, conforme as palavras da Professora Cursista L, do
município de Dom Feliciano, ao expressar que o aluno “deve ser avaliado diariamente em um
todo e não apenas em provas. O conhecimento é para ser levado para a vida e não para apenas
um determinado dia de prova”.
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 123
FORMAÇÃO DE PROFESSORES