Page 112 - Ação integrada de formação de professores
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A  formação  docente deve  estar presente durante toda  a vida  profissional,  pois  a
                                 mesma  favorece que a aprendizagem escolar aconteça em todos os seus sentidos,
                                 isto é, conhecimento  ligado à prática gera mais  oportunidades,  mais  informações,
                                 conhecimentos, trocas de experiências e oferta de possibilidades (Excerto de narrativa
                                 em ambiente digital, MF-t2p, Ago. 2018).

                 O excerto acima resume, de certa forma, o que conseguimos perceber nas narrativas dos
           professores e gestores a respeito de suas experiências e concepções das tecnologias digitais
           como componentes didático-pedagógicos de suas práticas. Assim,  vale destacar que tanto
           os gestores quanto os professores percebem e compreendem o caráter inovador das práticas
           de gestão do conhecimento e dos processos de ensino e aprendizagem proporcionado pela
           incorporação das tecnologias digitais na Educação Básica.


           2.3 Planejamento e avaliação da ação educativa: o que falamos, ouvimos, vemos e sentimos
           no contexto escolar

                 Vivemos numa sociedade em constantes mudanças. No contexto escolar, as mudanças
           acontecem, mas nem sempre são produzidas na interação com os partícipes deste espaço, ou seja,
           muitas vezes, são impostas por documentos de base legal (Municipal, Estadual e Federal), por
           determinação institucional, etc. Essas imposições, sem contextualização individual e coletiva,
           podem trazer sofrimentos e insatisfações para o processo pedagógico. Para abrir espaço para o
           debate reflexivo, o curso oferecido pelo COMUNG trouxe um diferencial subjetivo, ao propor
           momentos para uma escuta sensível sobre o contexto da prática profissional dos participantes
           cursistas.
                 Compreendemos que esse viver em ato possibilitou que “os sentimentos, junto com as
           emoções que os originam”, servissem “de guias internos que nos ajudam a comunicar aos outros
           sinais que também os podem guiar. E os sentimentos não são nem intangíveis nem ilusórios
           [...] são precisamente tão cognitivos como  qualquer outra percepção” (DAMÁSIO,  1996, p.
           15). Nesse entendimento, o resultado desta curiosa e densa experiência coletiva a respeito do
           planejamento e da avaliação da ação educativa tornou plena de sentidos a aprendizagem como
           um processo auto-eco-organizativo no qual a “organização fisiológica transformou o cérebro
           no público cativo das atividades teatrais do corpo” (DAMÁSIO, 1996, p. 15).
                 Ou seja, os cursistas, durante as interações, refletiram, compartilharam entendimentos e,
           coletivamente, produziram um rico material, que expressa, através de narrativas escritas, suas
           vivências e seus sentimentos ao viver diariamente na escola, cada cena explicitada. Além da
           produção de cartazes e da socialização, percebemos também os movimentos do corpo como
           uma narrativa gestual de contentamento e de tristeza sobre seus devires docentes. Afinal, “é
           a partir de sua subjetividade que afetos e sensações irrompem, sentidos são dados, e algo é
           produzido” (ROMAGNOLI, 2009, p. 171).
                 Para sintetizar algumas destas narrativas, apresentamos, nas figuras seguintes, alguns
           recortes dessas produções dos gestores e professores.














           AÇÃO INTEGRADA DE                                                      SUMÁRIO                 111
           FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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