Page 16 - Ação integrada de formação de professores
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É nesta mesma perspectiva que Paulo Freire condiciona a melhoria da qualidade da
educação à formação permanente dos educadores, que se funda na prática de analisar a prática
de ensino. Por isso, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o
da reflexão crítica sobre a prática. É pensando a prática de hoje, ou de ontem, que se pode
melhorar a próxima prática. Práticas são vivências reais e presenciais.
Avaliação provisória
Após o encerramento dos cursos em outubro de 2018, o GT que congregou estas onze
(11) universidades, através de seus coordenadores e representantes, realizou uma avaliação
provisória coletiva, destacando os resultados positivos desta cooperação e identificando
obstáculos que impactaram a ação, tanto no processo como nos resultados.
Com base em retornos recebidos por parte dos participantes nos cursos, foi possível
elencar alguns elementos relevantes e positivos, entre os quais se destacaram: os encontros
presenciais foram o ponto alto da formação; o material dos cursos é de alta qualidade, que
será utilizado inclusive dentro das ICES; o trabalho em conjunto nas 11 ICES – diante da
complexidade - teve um resultado excelente; as ICES já estão recebendo novos pedidos para
a realização de outras formações nos municípios; as instituições estão produzindo, a partir
das percepções, outras possibilidades de formação; foi relevante a interação entre professores
municipais e estaduais; há o sentimento de que a formação não terminou – sentimento de
continuidade; reforço da importância do papel das Universidades; vários municípios pararam
para que os professores pudessem fazer a formação em serviço; em vários municípios,
foi a única formação do ano que os professores tiveram; muitas interações e trocas foram
possibilitadas; docentes se sentiram valorizados; possibilidade de aprendizagem tecnológica;
Universidades Comunitárias reforçando o seu papel e contribuindo para o desenvolvimento
regional do Estado do Rio Grande do Sul.
Algumas dificuldades foram identificadas no processo e causaram impactos no
andamento das atividades, tais como: prazos exíguos para a realização das tarefas EAD;
pouco envolvimento, apoio e comunicação, por parte de algumas CRES e SMEDS; choque de
horários de atividades que impossibilitaram a participação dos cursistas; a não de liberação dos
professores pela escola, para participarem da formação; dificuldade de acesso a computadores
com internet e, consequentemente, dificuldade na realização de atividades em EAD; alguns
questionaram o porquê de não poderem escolher a temática da formação; baixa adesão aos
encontros presencias (difícil acesso, meio rural,...); desinteresse de algumas escolas e de parte
dos cursistas na frequência e na realização das atividades; influências de questões políticas
(ano eleitoral e relações com governo).
As instituições de Ensino Superior, formadoras de professores, buscaram oportunizar
nesta proposta, uma formação que estivesse em consonância com a realidade com que o
professor já se depara nas escolas, com o hibridismo em que se situam os processos de ensino
e aprendizagem reais. A partir da formação inicial e continuada das universidades, construir
propostas formativas que proporcionem ao professor a inserção em diferentes campos
educativos, através de projetos articulados entre as instituições formadoras, os sistemas de
ensino e suas escolas, deve constituir um esforço comum em torno de políticas públicas de
Estado. Inserir os professores das redes públicas em projetos extensionistas, de pesquisa,
em programas de pós-graduação stricto sensu deve ser o compromisso de todos os gestores
educacionais do presente e do futuro.
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 15
FORMAÇÃO DE PROFESSORES