Page 49 - Ação integrada de formação de professores
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Nessa perspectiva, a equipe gestora entra como condutora de um espaço que precisa
conduzir, de forma planejada, um diálogo de enfrentamento com esta realidade e com estes
resultados, promovendo situações de diálogo permanente com toda a comunidade escolar,
em busca de uma educação de qualidade, que se constrói na aprendizagem significativa dos
alunos. A aprendizagem deve ser entendida como um atributo de libertação e de emancipação,
que precisa dar conta dos desafios desta sociedade. Alguns diálogos serão “doloridos”, mas
serão necessários para a reconstrução de uma escola pública adequada ao século XXI.
4.3 Avaliação Institucional
Os indicadores internos apontam questões que envolvem a aprendizagem, o abandono,
a evasão, a reprovação, além de outros índices gerados pelo sistema e utilizados pelos órgãos
que têm a responsabilidade de gestar o sistema educacional. As mantenedoras trabalham com
dados estatísticos que reportam o baixo índice de canalização de recursos e investimentos para
a escola. Estes recursos não são destinados, por exemplo, para privilegiar a escola que obteve
melhor desempenho ou que superou suas fragilidades. Dessa maneira, faz-se necessária uma
revisão na destinação de recursos, vinculada ao resultado do sistema de avaliação.
Diante do exposto, a escola pode instalar um programa de avaliação interna que
possibilite um aprofundamento de aspectos apontados pelo próprio Sistema de Avaliação
da Educação Básica (Saeb) e que organize outras categorias e dimensões de avaliação com o
objetivo de estruturar um banco de dados que favoreça o planejamento da gestão escolar.
Para compreender o conceito de avaliação institucional, embasamo-nos em Araújo
(2009, p. 100), para quem a avaliação é um instrumento de grande valia, que pode ser
construído e implantado por uma instituição de ensino para produzir um conhecimento acerca
da realidade, daquilo que se deseja, bem como, do indesejável no interior da organização, no
intuito de fornecer subsídios ao planejamento para a melhoria da qualidade (ARAÚJO, 2009
apud OLIVEIRA, 2016, p. 411).
Esses dados coletados na avaliação institucional, em todos os segmentos da escola,
podem ser utilizados como fundamentos para todo o planejamento escolar. Parte-se da
realidade existente para elaborar estratégias anuais, vinculadas à aprendizagem significativa,
ao planejamento inovador e a uma avaliação interdisciplinar que promova a formação integral
do aluno.
O Plano Nacional de Educação (PNE) e a BNCC apontam para o cumprimento de
metas e para a execução de estratégias capazes de redimensionar todo o processo educacional.
Contudo, não podemos entender sua implantação e sucesso sem a garantia de alguns preceitos
fundamentais tais como: formação de redes com outros segmentos da sociedade; ampliação de
escolas de educação de tempo integral em menor tempo, com recursos compatíveis com sua
implantação; garantias legais de acesso e permanência do aluno na escola; adequação da carga
horária do professor com horas previstas para planejamento e avaliação; destinação de recursos
para atualização e modernização dos espaços escolares; investimento em novas plataformas
e tecnologias de educação; adequação dos currículos escolares com a introdução de práticas
pedagógicas inovadoras e voltadas para a iniciação científica; a implantação de cursos técnicos
de pós-médio que promovam a especialização em outras áreas do conhecimento.
Logo, a avaliação institucional pode constituir-se num importante instrumento de
verificação da realidade para o planejamento e a reconstrução da escola pública, se todos os
gestores e professores estiverem capacitados a conduzir esta nova percepção de escola, refletida
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 48
FORMAÇÃO DE PROFESSORES