Page 104 - Ação integrada de formação de professores
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emerge de cada ação pedagógica em si e em suas repercussões sociais quando imersos nas
vivências de atualização de seus modos existenciais de ser-viver a docência.
Nesse sentido, concordamos com o que postula Gryzybowski (1986, p. 41-2), citado por
Frigotto (2000, p. 26):
[...] a educação é, antes de mais nada, desenvolvimento de potencialidades e a apropriação
de ‘saber social’ (conjunto de conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que são
produzidos pelas classes, em uma situação histórica dada de relações para dar conta
de seus interesses e necessidades). Trata-se de buscar, na educação, conhecimentos e
habilidades que permitam uma melhor compreensão da realidade e envolva a capacidade
de fazer valer os próprios interesses econômicos, políticos e culturais.
Por essas e outras razões, convidamos a participar das reflexões que aqui apresentamos,
falas e contribuições de vários colegas participantes da nossa ação de formação. Na medida do
possível, procuramos contemplar diferentes nuances deste pensamento, dadas as diferenças
de contexto, de função e de formação dos participantes.
2 ORGANIZAÇÃO, PLANEJAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO
EDUCATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR
[...] para haver aprendizagem em qualquer nível, tem que haver por parte do professor
uma paixão pelo conteúdo que ele está ensinando. A aprendizagem é uma simbiose
entre o educando e seu professor. A partir do encantamento do estudante, o educador
direciona o seu objetivo, usando os recursos de maneira produtiva. Não adianta ter
disponível as tecnologias mais avançadas se não houver este encantamento. [...] para
haver aprendizagem, devemos saber o porquê e não só o como fazer (Excerto de escrita
- no Glossário - ambiente virtual, Ago, 2018).
No eixo temático do curso sobre planejamento e acompanhamento da ação educativa,
as discussões versaram sobre diferentes aspectos deste processo. Aqui procuramos destacar: o
direito à educação de qualidade e as perspectivas da educação para século XXI; a organização
da gestão da escola como possibilidades de transformação e de humanização dos sujeitos; os
modos de refletir e significar as funções do coordenador pedagógico nos espaços e tempos
escolares e educativos enquanto articulador do coletivo dos sujeitos, das relações de ensino-
aprendizagem e da formação continuada, mediadas pela proposta pedagógica.
O eixo também discutiu as funções do coordenador pedagógico no planejamento
coletivo da Educação Básica; as possibilidades de estabelecer relações entre a organização
curricular, os processos de planejamento, de ensino, de aprendizagem e de avaliação; ações
para identificar as especificidades dos documentos que orientam a ação educativa no contexto
escolar (Regimento, Projeto Político Pedagógico, Planos de Estudos e Planos de Trabalho).
Destacamos, no bojo dessas reflexões, as possibilidades da construção coletiva e participativa
destes documentos escolares, reconhecendo, para isso, a pesquisa como princípio educativo
e transversalizador das áreas de conhecimento e respectivos componentes curriculares na
Educação Básica. Essa curiosidade, própria da assunção de uma atitude pesquisadora, foi, aos
poucos, se tornando um modo de perpassar todas as conversas sobre aprendizagem e gestão
do processo educativo.
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 103
FORMAÇÃO DE PROFESSORES