Page 140 - Ação integrada de formação de professores
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se num espaço colegiado de diálogo entre os segmentos escolares? O percurso metodológico do
estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico, a qual recorreu à
revisão de literatura para a coleta de dados, os quais foram examinados por meio da técnica de
Análise de Conteúdo.
A arquitetura do texto segue a seguinte lógica: após esta breve introdução, apresentamos
o marco teórico que embasou as discussões. Na sequência, figuram o percurso metodológico,
os resultados e as considerações finais. Fecham o trabalho as referências, que apresentam as
fontes científicas utilizadas.
Marco Teórico
O Conselho de Classe, no entendimento de Carminati (2011), transcende a simples
avaliação. De acordo com a autora, são múltiplos os objetivos deste conselho formado por vários
professores de uma turma. Entre esses objetivos, cita os seguintes: “avaliar o aproveitamento
dos alunos e da turma como um todo; chegar a um conhecimento mais profundo do aluno
e promover a integração dos professores e de outros elementos da equipe da escola”
(CARMINATI, 2011, p. 3). Entretanto, a mesma autora, apesar de entender a aproximação do
Conselho de Classe com a avaliação, alerta que este espaço tem se reduzido a uma discussão
em torno das notas ou conceitos daquele grupo de alunos, bem como, sobre as percepções
docentes em relação ao seu comportamento, limitando seu potencial participativo e seu papel
de instrumento pedagógico para uma educação de qualidade.
Na mesma direção versa o entendimento de Cruz (1995, p. 117), que entende o Conselho
de Classe como “[...] o momento de uma avaliação diagnóstica da ação pedagógico-educativa
feita pelos professores e alunos em momentos distintos, às vezes, à luz do Marco Operativo
da Escola.” Tem-se aqui vários conceitos: o de participação democrática e de instância
colegiada de vários atores da vida escolar, o de instrumento de avaliação e o de estratégia de
operacionalização do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola.
Quanto ao Conselho de Classe como instrumento de avaliação, é importante observar
que não se trata de avaliação somativa, ou seja, classificatória. Trata-se, como explica Hoffmann
(2008, p. 68), da avaliação diagnóstica, ou seja, aquela que tem por objetivo:
Investigar seriamente o que os alunos “ainda” não compreenderam, o que “ainda” não
produziram, o que “ainda” necessitam de maior atenção e orientação [...] enfim, localizar
cada estudante em seu momento e trajetos percorridos, alterando-se radicalmente o
enfoque avaliativo e as “práticas de recuperação”.
Avançando na temática avaliação, chega-se à concepção de avaliação formativa, a
qual se constitui numa prática avaliativa contínua, que permite ao educando progredir na
aprendizagem. Conforme Cardinet (1986),
A avaliação formativa se distingue ainda da avaliação de diagnóstico por uma conotação
menos patológica, não considerando o aluno como um caso a tratar, considera os erros
como normais e característicos de um determinado nível de desenvolvimento na
aprendizagem (CARDINET, 1986, p. 14).
A avaliação formativa utiliza as informações coletadas via diagnóstico para corrigir
rumos no/do processo educativo, favorecendo o desenvolvimento do educando. Em outras
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