Page 32 - Ação integrada de formação de professores
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científico quanto pela unidade entre teoria e prática e pela centralidade do trabalho como
princípio educativo na formação profissional, como também pelo entendimento de que
a pesquisa se constitui em princípio cognitivo e formativo e, portanto, eixo nucleador
dessa formação. Deve ainda considerar a vivência da gestão democrática, o compromisso
social, político e ético como projeto emancipador e transformador das relações sociais e
a vivência do trabalho coletivo e interdisciplinar, de forma problematizadora” (BRASIL,
2015, p.8).
A necessidade constante de entender as mudanças e de criar novas formas de ensinar
exige que a formação seja continuada, de modo que o professor possa assumir novas
competências profissionais. Nesse sentido, o documento destaca como formação continuada as
dimensões coletivas, organizacionais e profissionais, bem como, o repensar do processo
pedagógico dos saberes e valores, e envolve atividades de extensão, grupos de estudos,
reuniões pedagógicas, cursos, programas e ações para além da formação mínima
exigida ao exercício do magistério na educação básica, tendo como principal finalidade
a reflexão sobre a prática educacional e a busca de aperfeiçoamento técnico, pedagógico,
ético e político do profissional docente (BRASIL, 2015, p.34).
É nesta categoria de formação continuada que o curso de formação de professores do
COMUNG se inscreve, com o intuito de promover uma prática de reflexão da ação, a partir
de cada contexto, de cada área do conhecimento, das trajetórias individuais e das experiências
coletivas, num processo de confiança e de reconhecimento da complexidade da docência.
Assim, conforme Nóvoa (1999), construir lógicas de formação que valorizem a experiência
e que reconheçam a importância da partilha de práticas dando visibilidade ao que se faz,
entendendo que “as competências profissionais se constroem pela experiência, quando o
decurso dessa experiência é apoiado por dinâmicas que ajudam os professores a identificar os
problemas com que se defrontam, a contextualizá-los e a sobre eles agir” (LEITE, 2005, p. 373).
Corrobora Imbernón ao afirmar que “devemos nos introduzir na teoria e na prática
de formação sob novas perspectivas: as relações entre docentes, as emoções e atitudes, a
complexidade docente, a autoformação, a comunicação, a formação com a comunidade”(2015,
p. 77), de modo a constituir um “novo pensamento formativo, uma nova maneira de formar e
de se formar” (2015, p.80).
Nesse sentido, ganham destaque as manifestações dos professores, quando partilham
as suas conquistas e seus fracassos, suas dúvidas e certezas, suas inquietações e sonhos, suas
propostas e os caminhos possíveis. Macedo evidencia que
os contextos de formação continuada em que os professores podem refletir sobre seus
esquemas de ação atitudes, sentimentos, etc, praticados durante a aula. Ou seja, penso
ser muito importante aprendermos a observar e, se possível, regularmos nossas atuações
em favor da aprendizagem dos nossos alunos. Penso que um modo de favorecermos a
aprendizagem dos que ensinam é criar condições em um contexto de formação para que
se possa refletir sobre o ontem, o hoje e o amanhã de sua atuação pedagógica” (2005,
p. 54).
O conceito de formação continuada caracteriza-se, segundo Cunha (2003), por iniciativas
que acompanham o tempo profissional dos sujeitos e podem apresentar formato e duração
diferenciados, assumindo a perspectiva da formação como processo. A autora salienta que a
formação continuada tanto pode ter origem na iniciativa dos interessados, como pode inserir-
se em programas institucionais no âmbito dos sistemas de ensino, universidades e escolas.
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 31
FORMAÇÃO DE PROFESSORES