Page 35 - Ação integrada de formação de professores
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de diferentes e novos modos de conceber o ensino e a aprendizagem. Nessas diferenças,
encontram-se as condições e os princípios do aprender.
Definiríamos a aprendizagem de uma forma que discutiríamos as condições sobre as quais a
aprendizagem ocorre, os tipos de coisas que são aprendidas, as maneiras pelas quais diferentes
maneiras de aprendizagem podem ser combinadas, as limitações de aprendizagem, e assim por
diante. Deste modo, aprendizagem significa coisas diferentes, em diferentes momentos, para
diferentes pessoas (P 2).
A reflexão da prática em processos de formação efetivamente coletivos implicam ações
de alteridade e diálogo, em que uns podem ancorar suas inquietudes nos outros. O cotidiano da
escola tem um enorme potencial para encontrar situações problema pela perspectiva dialógica.
A problematização pode ser o ponto de partida de uma metodologia que considere alunos e
professores como sujeitos ativos na aprendizagem.
Um modo eficaz de ensino reside na problematização, no processo de transformar temas em
problemas e procura soluções possíveis. Em vez de o professor expor conteúdo aos alunos,
transforma a questão num desafio ou problema a ser resolvido. Esse procedimento se torna um
convite à participação ativa. O educando sente-se desafiado a encontrar os caminhos, as hipóteses,
as alternativas de desenvolvimento da questão. Professor e aluno conjuntamente buscam nas
teorias disponíveis os critérios ou estratégias para “problema – assunto” gerador (P 3).
Nesse sentido, um gestor sinaliza que as inquietações são necessárias para desacomodar e
produzir possibilidades (G 2).
Somente consegue romper com práticas cristalizadas quem consegue olhar para
esse processo pelas lentes da crítica. Os professores questionam como fazer um ensino
problematizador em que as perguntas desencadeiem uma trajetória investigativa. A presença
desses princípios na prática docente também aponta para um olhar de formador de seu
processo, considerando suas próprias condições, as quais também pode criar.
É no reencontro desses dois actores (formador e formando) que pode, talvez, encontrar-
se a melhor forma de pôr em execução um projeto de formação contínua, atendendo que
a aprendizagem não é, percebida da mesma forma por todos os indivíduos e sabendo
que existem correlações entre condições de aprendizagem, processo e produtos de
aprendizagem (CRÓ, 1988, p. 130).
Os momentos de discussão do curso provocaram reflexões e diálogos, tanto no ambiente
virtual como no presencial, na perspectiva bakhtiniana (2014), pelo diálogo carregado de
diferentes visões de mundo e concepções de educação. Dos mais simples desejos de um
professor à capacidade de resolver grandes problemas educacionais, todos se colocam como
aprendizes para que possam realocar conhecimentos. “A formação consiste em descobrir,
organizar, fundamentar, revisar e construir teoria. Se necessário, deve-se ajudar a remover o
sentido pedagógico comum, recompor o equilíbrio entre os esquemas práticos predominantes
e os esquemas teóricos que os sustentam” (IMBERNÓN, 2001, p. 55). Com essa sustentação,
é possível realizar as intervenções necessárias, acompanhando os avanços da sociedade e as
mudanças que ocorrem com os alunos e nos ambientes em que vivem.
A aprendizagem escolar precisa urgentemente de intervenções. A cada dia nossos alunos estão
buscando menos informações e conhecimento. Nós professores precisamos estar em constante
formação para sim podermos acompanha-los, e estando junto aos nossos alunos vamos poder
trabalhar na construção do conhecimento. Formação essa que me refiro, é a que vai dotar os
AÇÃO INTEGRADA DE SUMÁRIO 34
FORMAÇÃO DE PROFESSORES