Page 185 - Garantia do Direito à Educação
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Garantia do Direito à Educação: monitorando o PNE – Lei nº 13.005/2014


                      Discutiremos o Proeja no contexto das políticas da EP a partir de
                 2005 e analisaremos a Meta 10 do Plano Nacional de Educação 2014-
                 2014, aprovado pelo Lei nº 13.005/2014 (Brasil, 2014a).
                      Para tal fim, dividimos o texto em mais três partes além desta in-
                 trodutória. Inicialmente, analisaremos o Proeja no contexto das políti-
                 cas educacionais, especialmente da EP, no período de 2003 a 2016. Em
                 seguida, discutiremos os primeiros movimentos do atual PNE (2014 a
                 2016) com foco na Meta 10 desse plano e em suas perspectivas para
                 o restante do período (2017 a 2024). Finalmente, teceremos nossas
                 considerações finais sobre o tema abordado.


                 O Proeja no contexto das políticas da EP (2003 a 2016)


                      O Proeja tem sua gênese nos movimentos sociais, podendo-se ci-
                 tar o Projeto Integrar da CUT, iniciado nos anos 1990, como um de
                 seus nascedouros, mas naquele período as políticas do governo FHC
                 eram radicalmente contrárias a perspectivas que sinalizassem na dire-
                 ção da formação humana integral, de maneira que diante da correlação
                 de forças existentes não havia possibilidade de trazer para a esfera do
                 poder público a ideia de integração entre EP e EB, nem na oferta deno-
                 minada de regular nem na modalidade EJA.
                      Uma correlação de forças, eventual e parcialmente favorável, ocor-
                 reu no início do primeiro mandato do presidente Lula (2003-2006), pe-
                 ríodo em que a coalizão que dava sustentação ao governo ainda permitia
                 que se construíssem algumas propostas de cunho progressista.
                      Nesse contexto, em 2003, ocorreram seminários nacionais sobre o
                 EM e a EP, cujo cerne foi a relação entre ambos. Em Moura (2013), já
                 registramos que intensas e polêmicas foram as discussões políticas e teóri-
                 cas das quais resultou o documento Políticas públicas para a EPT (Brasil,
                 2004). Esse documento faz uma crítica radical ao que havia sido formulado
                 e posto em prática no anterior ciclo de governo ao afirmar que “[...] novos
                 rumos devem ser traçados com relação à educação profissional e tecno-
                 lógica que exigirão oportunamente opção de conceitos básicos, correção
                 de rumos e reordenamento de práticas” (Brasil, 2004, p. 12). Evidencia a


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