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Dante Henrique Moura


                    18 anos ou mais de idade não concluíram a EB (Machado, 2010).
                    Ao contrário, ao invés de aumentar, a matrícula vem diminuindo e
                    escolas de EJA vêm sendo fechadas em todo o país sob a contradi-
                    tória alegação de que faltam estudantes.
                         Constatada essa diminuição de matrícula que implica na elevada pro-
                    babilidade de que não se alcance a Meta 10 do PNE, vamos analisar o que
                    vem acontecendo em cada dependência administrativa (Brasil, federal, es-
                    tadual, municipal e privada) no Proeja EMI e no Proeja FIC (Fundamental
                    e Médio) + Projovem Urbano, conforme detalhado nas tabelas 6 e 7.
                         Em relação ao Proeja EMI, observamos que na esfera federal houve
                    diminuição constante entre 2014 e 2016. Isso é, aparentemente con-
                    traditório, posto que nesse período a RFEP esteve em plena expansão,
                    iniciada desde 2005. Ocorre que em meio à expansão o Pronatec foi
                    criado em 2011 e, conforme já discutido afeta negativamente a oferta
                    do Proeja (tanto EMI como FIC).
                         A Tabela 1 mostra claramente a ampliação da oferta do Proeja
                    EMI de 2007 a 2011, sua diminuição em 2012, uma pequena oscilação
                    entre 2013 e 2014 e uma tendência de queda a partir de 2015 na esfera
                    federal. Enquanto isso, a Tabela 2 mostra o crescimento da oferta do
                    Pronatec até 2014.
                         Ressaltamos que, apesar do Pronatec também ter entrado em de-
                    clínio após o desencadeamento da crise política, econômica e social
                    enfrentada pelo país a partir de 2014/2015, seus efeitos continuam,
                    pois o esforço que vinha sendo realizado pela RFEP para materializar o
                    Proeja foi deslocado para o Pronatec a partir de 2012, mas não voltou
                    para o Proeja com o declínio do Pronatec. Isso pode ser explicado pelo
                    fato de o Pronatec ter sido acompanhado de uma forte ação indutora
                    baseada no financiamento por meio de bolsas para os profissionais en-
                    volvidos, enquanto no Proeja isso não existiu.
                         Evidentemente, essa análise dos dados em nível nacional não
                    permite enxergar as situações particulares de cada estado e de cada
                    Instituição dessa Rede. Há alguns Institutos Federais nos quais a
                    matrícula está sendo mantida ou ampliada, mas, infelizmente o mo-
                    vimento geral é de declínio.


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