Page 220 - Garantia do Direito à Educação
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Jane Paiva
PNE 2014 de 25 %; de atendimento do Proeja EM, em 2015, de 3 % x a
meta do PNE 2024 também de 25 % (Brasil, 2015).
A educação profissional, mesmo com formulações como a do
Proeja, continua a ser pensada para esses jovens e adultos como uma
excelência que não lhes cabe, porque a subalternidade é o lugar da
fatalidade que os fez pobres na sociedade de classes.
No caso do Ensino Médio, vive-se ainda a imperiosa necessida-
de de universalizá-lo com qualidade, embora se encontre ameaçado
pela construção de um pensamento gestor de que pode ser ofertado
pela concepção de currículo único e de educação a distância, sem que
se (re) signifiquem novos ambientes de aprendizagem que não podem
prescindir de tecnologias e de ferramentas de acesso ao conhecimen-
to. Essas tecnologias não esgotam as possibilidades de um ensino de
nível médio, exigindo recriação de outras metodologias e processos de
aprendizagem e de produção do conhecimento que leve em conta sabe-
res contemporâneos; linguagens diuturnamente redescobertas; formas
de expressão e significação que transpassam valores, ética e estética.
Ações políticas afirmativas, entretanto, são frequentemente vistas
como significado de protecionismo populista e barato, que privilegia
alguns, à custa de promover mais desigualdade, desestabilizando polí-
ticas públicas, assim impedidas da crítica amadurecida e competente.
A legislação recomenda a necessidade de busca de condições, de
alternativas, de currículos adequados a sujeitos jovens e adultos, levan-
do em conta seus saberes, seus conhecimentos até então produzidos
e suas experiências no mundo do trabalho etc., que não são poucos.
Nessas experiências, esses sujeitos se formaram, não na escola; por elas
aprenderam conteúdos que determinam seus modos de estar no mun-
do, de aprender novas coisas, determinam seus interesses, seus desejos
de saber mais, de certificar-se, de progredir, ou não, nos/pelos estudos
(cf. Art. 37 e 38 LDBEN e Parecer CNE n. 11/2000).
A realidade vista por essa ótica exige ressaltar a prática diária
desses sujeitos, pois é nela, realidade, que os sujeitos usam e recriam
cotidianamente os conhecimentos produzidos a partir de sua inserção
social e de classe.
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