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Garantia do Direito à Educação: monitorando o PNE – Lei nº 13.005/2014


                 também a composição e a dinâmica da classe operária e a própria
                 estrutura social, em âmbito local, nacional, regional e mundial. As
                 questões sociais daí decorrentes não foram retóricas, mas romperam
                 com paradigmas e modos de pensar até então constituídos, para exi-
                 gir novas compreensões e (re)significações de sentidos e manifes-
                 tações, na lógica de um capitalismo rentista cada vez mais perver-
                 so com os trabalhadores, e que fez avançar, inclusive, nos direitos
                 historicamente conquistados pelas classes trabalhadoras, um dos
                 resultados do golpe perpetrado na democracia brasileira em 2016,
                 com a mudança e a ruptura feroz nas leis trabalhistas. A realidade
                 do crescimento voraz do capital teve como aliados fortes represen-
                 tantes do poder econômico, para garantir a investida do capital pela
                 via do modelo neoliberal, parecendo prescindir dos trabalhadores
                 regulados, e implementando o trabalho intermitente e precarizado,
                 próximo à servidão.
                      Em muitos casos, os sistemas federal, estaduais e municipais de
                 ensino têm sido insuficientes para o desafio da garantia do direito
                 à educação para os trabalhadores. Impossível confiar unicamente
                 ao Estado a responsabilidade da questão educacional, sem envolver
                 outros setores da sociedade civil, conjugados em uma ação visando
                 a garantir o direito da cidadania. Sindicatos, associações de clas-
                 se, federações, conselhos, centrais sindicais ocuparam este lugar,
                 rompendo com a tradição de desacertos históricos que isolaram das
                 propostas pedagógicas dirigidas aos trabalhadores a dimensão edu-
                 cativa da área do trabalho, com os diferentes e múltiplos conheci-
                 mentos que vêm sendo produzidos pelos próprios trabalhadores.
                      O desafio de pensar direito e democracia na educação para segmen-
                 tos tão desfavorecidos - que se superpõem a outros muitos direitos nega-
                 dos, em um mundo de exclusões renovadas - foi, no contexto histórico
                 brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva, prioridade, ainda que pleno de
                 contradições e embates. Como ensina Santos (1999, p. 109), “os riscos
                 que corremos em face da erosão do contrato social são demasiado sérios
                 para que, ante eles, cruzemos os braços”. Para superar esses riscos, pro-
                 põe reinventar a deliberação democrática a partir de uma “outra episte-


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