Page 24 - Garantia do Direito à Educação
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Luiz Fernandes Dourado • Walisson Araújo


                    barreiras jurídicas e políticas para a sua concretização: mais elitistas
                    versus  universalistas; defensores da escola pública  versus privatistas;
                    neoliberais versus publicistas.
                         Na primeira parte do artigo fazemos rápida referência histórica
                    em relação às discussões atinentes à instituição do Sistema Nacio-
                    nal de Educação, paradigma de organização da educação nacional,
                    reivindicado historicamente pela sociedade brasileira. Para tanto,
                    situamos a matéria e o contexto histórico em que ocorre o debate
                    nas últimas décadas, destacando concepções e demarcações acerca
                    da sua materialização legal, resgatando referências do Manifesto dos
                    Pioneiros pela Educação Nova e percorrendo formulações do período
                    Constituinte e das discussões em torno das diretrizes e bases da edu-
                    cação nacional. Em seguida, destacamos as Conferências Nacionais
                    de Educação da última década como movimentos de reposiciona-
                    mento de teses e atores sociais, bem como de rearticulação do tema
                    do SNE e sua relevância, com importante apoio do poder público.
                         Na terceira parte do texto, alcançamos os movimentos mais re-
                    centes em favor da instituição do SNE, traduzido em formulações de
                    diversos atores e, atualmente, em larga medida materializadas em pro-
                    posições legislativas na Câmara dos Deputados, que se consubstanciam
                    em um contexto de crescentes restrições ao papel do Estado e de dispu-
                    tas pelo fundo público, impactando-as.
                         Nas considerações finais, reforçamos a importância do Sistema
                    Nacional de Educação na direção da ampliação do direito à educação
                    pública de qualidade social, para todos e todas, orientação estratégica
                    conflitante, portanto, com um modelo educacional ancorado em uma
                    concepção de Estado mínimo e de educação compreendida como mera
                    escolarização. Demarcamos a importância do movimento de articula-
                    ção de forças vivas da sociedade no Fórum Nacional Popular de Educa-
                    ção (FNPE) e na Conferência Nacional Popular de Educação (CONA-
                    PE). Sinalizamos que é necessário avançar na ampliação do papel do
                    Estado na expansão e universalização do direito à educação para o que
                    o exercício da pactuação interfederativa e a efetiva participação social
                    na conformação do Sistema Nacional de Educação são indispensáveis.


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