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nações industriais, como EUA e Alemanha, cujas “flexibilizações”
               do trabalho vão sempre na direção de seu barateamento e precari-
               zação – escrevi sobre isso no artigo A China é o modelo a seguir?.




               A crise como oportunidade para a volta de um
               keynesianismo humanitário


                  Agora, na crise do coronavírus (mas foi assim também em 2008)
               os progressistas/keynesianos acham que é hora de nos decidirmos
               politicamente por um capitalismo mais humanitário, de colo-
               carmos freio na insensatez do neoliberalismo fanático, a la Levy/
               Meirelles/Guedes, mas também no keynesianismo selvagem ao
               estilo chinês e que se espalha para a Europa e os EUA, minando
               o estado do bem-estar social. É hora de voltar a distribuir o capi-
               tal para o povo, repovoando as nações com uma forte e numerosa
               classe média, investindo em ensino e saúde públicos, universais e
               gratuitos, em programas de renda mínima para os desassistidos,
               na proteção efetiva do meio ambiente (nosso suporte de vida) e no
               amparo às minorias e mais vulneráveis. É hora, enfim, do estado
               intervir na economia não apenas a favor das corporações, como faz
               o keynesianismo selvagem chinês, mas para democratizar de fato
               o capital, como nos bons tempos do keynesianismo do pós-guerra.
                  O coronavírus está mostrando como o neoliberalismo fracassa
               quando se trata de proteger a vida das pessoas, seja na versão funda-
               mentalista dos Chicago Boys, seja na versão pragmática do keyne-
               sianismo selvagem chinês. O capital e suas leis (o lucro, o trabalho
               assalariado, a eficiência produtiva) devem servir ao bem-estar das
               pessoas e não o contrário. Precisamos nos decidir coletivamente
               em direção a essa humanização do capitalismo. É preciso voltar ao
               ideário progressista social-democrata, que manda a política colocar
               um cabresto na economia, para que ela seja um instrumento para
               bem-estar humano e não o contrário, como vem acontecendo.



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